Para acabar a nossa visita a Berlim, fomos de manha ate a Hamburger Bahnhof, uma antiga estacao de comboios, que foi transformada num centro de exposicoes.
Iamos entusiasmadissimas com a perspectiva de ver obras de artistas ao nivel de Andy Warhol, mas quando la chegamos percebemos que como o Andy Warhol so mesmo o Andy Warhol (temos mesmo jeito para decidir em quais as exposicoes vamos gastar dinheiro, mas valeu a pena pelo Andy Warhol).
Ainda nao contentes com a despesa, seguimos directas para a Haagen Dasz, munidas com cupoes de desconto que ganhamos com o "Berlim Welcome Card" (sim, aquele que compramos por 23euros, lembram se?).
Obviamente que, tres waffles com gelado e chocolate mais tarde, agitar os cupoes a frente do sr Haagen Dasz nao resultou em nada, arranjaram logo maneira de nos cobrar o preco todo.
Mais que piursas com a situacao, voltamos ao hostel para ir buscar os mortinhos (sim, as malas) e partimos a aventura para Cracovia.
Para completar o circulo cosmico de acontecimentos deste dia, mal chegamos a estacao fomos informadas pelo sr. altifalante de que o nosso comboio estava atrasado precisamente na quantidade de tempo de que precisavamos para mudar de comboio a meio da viagem.
O panico instalou se quando nos dirigimos as informacoes e o sr. bahnhof nos disse "Temos pena, vao amanha". Felizmente tivemos o bom senso de confirmar a situacao com o sr. bahnhof n. 2, que nos disse que o atraso seria compensado ao longo da viagem, porque iriam cortar no tempo de paragem na estacao e na fronteira.
Fomos entao, todas contentes, apanhar o comboio e, quanto esperavamos, conhecemos duas inglesas na mesma situacao que nos: Sophie e Lillie. O comboio partiu a todo o gas e, mais ou menos a meio da viagem, parou a horas numa das estacoes previstas. Qual nao foi o nosso espanto, quando nos apercebemos de que ele ali parou durante 25mn: precisamente a mesma quantidade de tempo em que supostamente estaria atrasado. Conclusao, estava a compensar o atraso que ser esperado nas estacoes seguintes.
Partimos entao em busca do pica para nos dar satisfacoes. Quando a Ana o abordou com um cordial "Mas voces sao burros?! Nos temos que apanhar o comboio para Cracovia em Szczecin Glowny!" o sr, nao a deixando sequer acabar a frase, desatou aos berros em alemao (onde so se percebia a palavra "telefonieren"), disse que nao falava ingles, virou costas e entrou na cabine.
Fomos entao falar com as inglesas para decidirmos o que iamos fazer, quando o sr. pica volta (a falar em ingles), a perguntar quantas eramos, porque ia ligar para Szczecin e pedir para o comboio esperar. Pensamos que estaria tudo bem... mas mal sabiamos nos que na estacao de Szczecin nao havia numeros nas plataformas, quanto mais algo que nos indicasse qual era o comboio para Cracovia e so tinhamos dois minutos para o apanhar.
Desatamos a gritar por "KRAKOW!!" e uma sra que ia a passar indicou nos o comboio certo.
A respirar de alivio, entramos naquele que se iria revelar o combio mais surreal de todos os tempos (nas palavras da Francisca "o pior pesadelo da minha vida").
Assim que entramos, vimos logo que aquilo nao podia correr bem, pois so faltava haver galinhas a passear pelo corredor (como nos filmes hamane-brokeres). Como nao havia reservas, tentamos encontrar um compartimento em que coubessemos as 5 (nos e as inglesas), mas uma sra com 3 metros de unhas enfeitadas com brilhantes foi simpatica o suficiente para informar a Francisca de que aquilo era a 1a classe e que tinhamos que ir para o fundo do comboio. Nesse momento comecamos a temer pelas nossas vidas...
Conseguimos lugar num compartimento da ultima carruagem, onde iamos muito bem acompanhadas por 2 homens, ambos descalcos e a cheirar extremamente bem. Para melhorar tudo, so era permitido fumar nos compartimentos fechados (e nao nos corredores ou nas zonas de saida). Adivinhem la quem e que fumava?... Exactamente, o sr. descalco n. 1, apesar de tentar deitar a maior parte do fumo pela janela para nao nos incomodar. Ajudou-nos tambem a por as malas nos estrados e a funcionar com o comboio (ar condicionado era mentira e nem sequer sabiamos como desligar a luz). Era hamana, mas era nice.
A meio da viagem, o sr. descalco n. 2 saiu do comboio e tentamos instalar-nos o melhor possivel para dormir (sentadas, obviamente, porque na Krakow nao ha camas para ninguem). Todas as tentativas de posicoes revelaram-se infrutiferas, pois a vasta panoplia de pes e rabos alheios nao estava a colaborar.
Foi, como podem imaginar, uma agradavel viagem.
(Continua no post seguinte...)
P.S.: Este post e dedicado a(o) nosso(a) companheiro(a) de quarto, ao seu tricot vermelho, Ipod roxo, sandalias romanas, necessaire hamana e top com asas de anjo feitas em swarovsky
Mas quem é que come sempre waffles sem chocolate???! Isso é pecado... Ana ou Francisca? a Filipa não é de certeza :D
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